quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Há realmente vida em MARKL

Há realmente vida em Markl?
A questão, que à partida parece fútil e desinteressante para toda a comunidade científica não deixa no entanto de ser pertinente traze-la aqui pela presente inquietação e dúvidas que suscitam a alguns Humanos, pela importância que é dada aos contemporâneos sobre o receio de uma invasão hostil de Marklianos que tenha o firme propósito de, uma vez instalados confortavelmente cá na Terra, venham a dominar os nossos costumes comummente aceites e subjugar os valores de conduta moral e ética que há muito adoptámos como regras de civilidade.
Quanto a mim, embora me pareça importante que se esclareçam com clareza e sem subterfúgios o que por cá andam a fazer acho que, a confirmar-se a inocência que dizem ter, não vejo fundamentados os receios que por aí se propagam.
Até porque o único exemplar conhecido e declaradamente identificado com esse planeta, que ficou muito conhecido por ter mordido num cão quando aqui aterrou de pára-quedas, demonstra ser inofensivo. Embora, muito compreensivelmente, ainda haja nele resquícios dos instintos primários comuns a todos os MARKLIADOS, que quando lhes tocam no Ego, reagem de imediato apresentando sintomas de grande descontrolo psíquico e agressividade gratuita.
Mas não há que ter medo, repare-se que até a aparência física do indivíduo é bastante agradável; longe da imagem romântica, embora aterradora, do imaginário colectivo que todos temos dos extraterrestres. Este, que diz ser do planeta Markle, não parece ter a cabeça Oval, nem aqueles dois orifícios muito redondinhos em vez de nariz, não é todo pelado e nem sequer tem os olhos amendoados. Vá lá, a única coisa que tem, e que, por acaso também é do domínio colectivo, são as duas antenas… A Antena 1 e a Antena 3!
Repare-se que até a voz é agradável, apesar de atropelar tudo e todos por causa do vil metal, a voz não lhe sai metalizada. Reconheça-se-lhe o esforço. Longe vão os tempos em que ansiava ser um super-herói, um tal CAPITÃO TITÂNIO, a quem “…bastava comer um rebuçado de titânio para arranjar coragem para defender os pobres e injustiçados e o modo de vida português!”…
O que me parece que ainda hoje se mantém dos velhos tempos do CAPITÃO TITÂNIO é o inovador sistema “ECO-LITERÁRIO” que ele arranjou para se exprimir (in: “O regresso do Homem que mordeu o cão”, ed. Texto Editora / 2003): “… Eu sou o CAPITÃO TITÂNIO…TITÂNIO… ÂNIO… ânio… ânio…”, digo que ainda hoje se mantém porque, este senhor de Markl, numa mensagem recente que colocou no BLOG do seu planeta: http://havidaemmarkl.com/
a que deu o título ALELUIA, usa a mesma forma de falar… CARLOS… CARLOS… CARLOS… CARLOS… CARLOS! Em resposta a Carlos Castro que, depois de ler a carta que eu escrevi à empresa Produções Fictícias onde, de forma até bastante elegante, expunha a minha indignação pela forma indecorosa como a Série “AS Lições do Tonecas” Foram tratadas no Programa “Divinas Comédias” [que nem o nome dos protagonistas: Luís Aleluia e Morais e Castro tiveram a dignidade de dizer, confirme-se em www.rtp.pt
com o propósito premeditado de denegrir a imagem e a credibilidade profissional dos actores e, por extensão ofender os telespectadores que durante 4 anos consecutivos mantiveram a Série no top das audiências e sustentaram a RTP] A esta matéria alude o Senhor Carlos Castro numa crónica de opinião publicada no suplemento VIDAS do Jornal “Correio da manhã” na edição do de 8/09/2009. E também o Jornal 24 Horas na sua edição do dia 9/9/2009, este último com bastante destaque e até chamada de capa, sendo o artigo no seu interior de grande ênfase, ocupando inclusive toda a página central direita.
No entanto, apesar da pequena crónica do Carlos Castro ser do dia 8 e do artigo do 24 Horas de grande destaque, ser do dia 9, o senhor de Markl, que só escreve no dia 11, prefere não fazer qualquer referência ao jornal 24 Horas, para se “atirar” apenas ao Carlos Castro. Mas… Porquê?... Só depois é que me veio à ideia aquele anúncio do “JUMBO” onde entram algumas personagens fictícias, salvaguardado o respeito, naturalmente...
JUMBO: - “Ó Macaco, ó Macaco, se o artigo do Carlos Castro é de dia 8 e o artigo do Jornal 24 horas é de dia 9, e portanto com notícias mais frescas, porque é que tu, que só escreves no dia 11, só te “atiras” ao Carlos Castro?!”
MACACO (coçando a cabeça) – “Ora… Porque é mais fácil “MORDER” num só, que “ROER” um jornal inteiro, ainda mais pertença de um grande grupo empresarial…”
JUMBO: - Tu és MACAAAAAAACO!
Devo dizer que não estou aqui para defender o Carlos Castro que toda a vida soube defender-se sozinho. Esta mensagem é para responder ao senhor de Markl, que muito amavelmente me referenciou na sua carta e onde me trata de uma forma tão elogiosa e tão cordialmente afectuosa que seria deselegante da minha parte não agradecer.
Agradecer-lhe em primeiro, a atenção que o Senhor de Markl demonstra com a preocupação das qualidades técnicas e deficientes do meu advogado.
Diz este senhor de Markl: “… tenho pena do advogado de defesa que havia de lhe sair na rifa..."
Nesse ponto pode ficar descansado que o meu advogado de defesa não é o Carlos Castro, será quanto muito uma testemunha entre centenas. E também já percebemos que nesta matéria a minha defesa não pode ser entregue a qualquer advogado fictício, pelo que, desde já, me escuso de lhe pedir opinião. No entanto, por deferência com o seu cuidado, prometo-lhe que será dos primeiros a tomar conhecimento de quaisquer procedimentos que julgue necessários empreender.
Resolvida a questão da defesa e, com o meu mais sincero pedido de desculpas por relegar para segundo plano, o agradecimento pelo rasgado elogio que faz logo no início da mensagem às minhas qualidades profissionais, tenho a dizer-lhe que fiquei bastante sensibilizado e posso até confidenciar-lhe que o respeito é mútuo, já que também lhe encontro inegáveis qualidades profissionais.
Diz o senhor de Markl que, "embora não se revendo no meu estilo de humor sempre me achou e, continua a achar, um excelente actor..."
Agradeço-lhe muito Senhor de Markl, não o elogio que me faz, que sei que é do fundo do coração, mas a coragem de o declarar publicamente. É que assim fica explicado porque é que mais de 20 anos de colaboração em programas da RTP, que não se limitam às “Lições do Tonecas”, como muito bem sabe, mas em dezenas de outros programas de humor http://www.luisaleluia.pt/
a minha prestação profissional ficou reduzida a 32 segundos e 4 décimos! É porque, não sendo eu agenciado ou colaborador, directo ou indirecto, da PF-Agência, não podia aparecer…
Havia que esconder… Para ninguém ver!.. não fosse alguém se lembrar que ao Povo costumo agradar!
Aproveito também e já agora, para agradecer ao senhor de Markl a magnífica carta que publicou na blogosfera. E que em tudo, ponto por ponto, vem dar razão às considerações que teço sobre o Programa “Divinas Comédias”… Olhe que até parece de encomenda! A minha agente não faria melhor!
Diz o senhor de Markl que a história da comédia é vasta e o tempo era curto?
Se a ideia é vossa… Se a Produção é vossa... A responsabilidade da gestão do produto é vossa! Afirmar que a história da comédia é vasta e o tempo era curto, está a denunciar que a empresa Produções Fictícias se revelou incapaz de dar cumprimento a um projecto pelo qual recebeu contrapartidas financeiras de uma Empresa Pública - a RTP, certo?
Sobre “As Lições do Tonecas”, ostensivamente distratada na Séria “Divinas Comédias”, que nem os nomes dos actores ou sequer do autor disseram:
Diz o Senhor de Markl que o texto que narrou sobre as Lições do Tonecas foi assim:
A série recuperava o espírito do original, trazendo para a actualidade o aluno irrequieto e o professor desesperado, interpretados por Luís Aleluia e Morais e Castro”.
Ora isto não é verdade e não sendo verdade é… É mentira! E se foi este o texto que você marrou (s.m. [acad.]Decorou / Dic. Porto Editora) não foi este que na Série você narrou. Assim, em vez de pedir ao Carlos Castro para rever as aulas dele, reveja você as suas… O que lá está dito, é o seguinte:
Uma surpresa de 1996… Quem diria que um clássico da rádio dos anos 30, escrito por José de Oliveira Cosme e interpretada por Vasco Santana e transformada num dos maiores best-sellers do humor nacional iria transformar-se numa das mais populares sitcoms dos anos 90”. É diferente, não é?!

Ainda sobre o pouco tempo disponível para fazer da série um trabalho Sério.
Diz o senhor de Markl que também, por falta de tempo, não referiram importantíssimas figuras do humor: José Viana, Óscar Acúrcio, Victor Mendes, Max, Florbela Queiroz, Maria Vieira entre outros.
O senhor de Markl como não é de cá, muito provavelmente não calcula a gravidade destas suas declarações. Então a RTP que é uma empresa pública aceita pagar e emitir um trabalho sobre o humor que um dos autores vem agora declarar ser defeituoso?
E o Director de Programa das RTP o que é que faz?!... Nada!
E o Presidente do Conselho de Administração da RTP o que é que faz?!... Nada!
E a Entidade reguladora para a Comunicação Social, o que é que faz?!... Nada!
Tudo, nada, minha gente!.. E ao fundo não vai ninguém!

E já agora, senhor de Markl quando diz …”blá blá…blá… Entre outros…”
Calculo que “entre os outros” a que se refere esteja um grande actor da minha geração, o senhor José Raposo, que na SIC e sobre a direcção e realização de Jorge Marecos, protagonizou com bastante sucesso “A Pensão Estrela”. Calculo que não tenha entrado por também não ser uma estrela que do vosso firmamento. Diz ainda o senhor de Markl: e "até achamos por bem apagar por inteiro qualquer referência ao “Homem que mordeu o cão”, na TVI, que até tinha um share bem jeitoso."
Olha que pena! Sinceramente tenho pena. Até porque era um programa de culto!...
Mas afinal parece que não foi bem por excesso de modéstia sua… Foi mais porque os “malandros” do Canal de Queluz “…não revelaram interesse em disponibilizar material para o documentário, ao contrário da SIC que vos abriu as portas do seu arquivo…” e acrescento eu, e da RTP, que para além de vos abrir as portas dos arquivos ainda vos abriu também as gavetas do cofre.
Diz o senhor de Markl que as “Divinas Comédias” foi a celebração do humor nacional e uma oportunidade para o espectador rever e redescobrir material há muito arredado da televisão.
Então e agora? E se por caso as Produções Fictícias se lembrarem de começar a fazer para aí celebrações a torto e direito?! Começaram por celebrar o humor… Depois vão celebrar os documentários… Depois vão celebrar as touradas… Depois vão celebrar as Tele-culinárias… Depois vão celebrar os jogos do Benfica… E já que é tudo para o telespectador poder rever e descobrir material há muito arredado da televisão…
Porque é que ainda ninguém se lembrou de inventar o Canal Memória?! Até podíamos por o Dr. Nuno Artur Silva como Director de Programas!… Finalmente!

E embora o Final... Mente, o início é esclarecedor:
Diz o actor Raul Solnado logo no primeiro episódio (… Texto vosso…)
“… O que eu sei é que eu fazia isto tudo muito melhor… Sozinho!”

Fazer, fazias... Mas nunca te deixaram!

Disso não tenho eu quaisquer dúvidas, meu bom amigo e Mestre...

na profissão e na Vida!

Luís Aleluia




Nota: Apesar de neste texto se fazer referência ao JUMBO, eu sou muito mais conhecido no Continente!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Carta aberta a
LUÍS ALELUIA

Caro Luís,
Recebi com muito agrado a tua carta ao Nuno Artur Silva, que acho uma maravilhosa peça de ironia e humor própria do mestre que cada vez mais mostras ser. O teu talento de actor é conhecido dos portugueses, mas o teu talento de autor só poucos de nós têm tido oportunidade de acompanhar, já que neste país, infelizmente a palavra lobby é muito mais importante que a palavra talento. E esta tua carta é a prova do que eu digo. Mas...
Mas depois de a ler atentamente retenho para mim que, apesar de saber que te deves ter divertido muito a escrever essa obra, estás mesmo magoado.
Luís, Luís, Luís Luís… A tua formação nobre de “Gaiato”, o teu saber partilhar e acreditar no próximo levam-te a cometer erros de palmatória. Esse teu Mundo está cada vez mais a deixar de existir, e neste Mundo” real” em que o país se está a transformar há pessoas mesmo más, cínicas e elitistas, que não olham a meios para conseguir os seus objectivos. Para se observar esse “Mundo” é necessário saber observar abaixo da “linha de água”, pois é lá que tudo se passa.
É lá que tudo se resolve. Por isso aconselho-te a suster a respiração e mergulhar…
Vais ver Peixes que procuram de forma selectiva o que comem e peixes que se comem uns aos outros. E esses Peixes, os que se comem uns aos outros são seguramente os mais perigosos e começo a pensar que eles andam a dar dentadas não apenas “por baixo de água” mas também já começaram a querer morder em tudo o que lhes faça sombra fora das suas águas. Por isso começaram a turvar as águas na esperança de que a sombra não se possa reflectir e noutros casos começaram a saltar fora de água tentando transformarem-se eles na sua própria sombra e assim poderem dizer que são tudo, comem tudo e para além deles nada mais existe.
Isto que te acabo de dizer pode ser de forma metafórica, mas acredita que não é fictício.
Assim vai Portugal… Uns vão bem e outros mal.

Meu grande amigo, não te preocupes com o que fizeram ás “Lições do Tonecas” nesse programa chamado “Divinas Comédias”. Há pessoas, que pela sua desonestidade intelectual não merecem sequer a tua indignação. Queres ver o meu caso? (e desculpa dar um caso pessoal como exemplo). Sei de uma certa pessoa que quando fazia as Promoções na SIC Comédia dizia como promoção do programa “Malucos do Riso”… Os primeiros… os bons… os originais… etc.” Eram os “Malucos” das primeiras séries… Os que saíram de reuniões feitas no Telheiro da minha casa e onde eu, para além de co-autor do formato e autor das personagens também adaptava as anedotas e entrava como actor. Agora, essa pessoa quando é para dizer mal dos “Malucos” diz que os Malucos são do Guilherme Leite. Quando é para louvar os Malucos então são do Jorge Marecos (o outro co-autor e grande realizador com quem sempre digo que aprendi muito). Foi o que se passou nesse programa “Divinas Comédias”. Nem um telefonema para um curto comentário. E já fizeram pior: Já deram um Globo de Ouro aos Malucos do Riso e nem sequer convidaram o autor (eu) para a cerimónia e na cerimónia nem falaram no meu nome.
Assim vai Portugal… Uns vão bem e outros mal.

Depois, alertado por uma amiga fui ao Blog “Há Vida em Markl” e ai é que me deixei rir á gargalhada. Está lá escrito tudo o que pode responder á tua tristeza. Diz lá “calhou a sermos nós [Produções Fictícias] a termos a ideia de propor um programa destes… Porque é que outros não se chegaram á frente?”
Tu Luís, sabes tão bem como eu porque é que outros não se chegam á frente:
Não se chegam á frente porque não são sequer recebidos pelo rapaz que agora é Director de Programas da RTP.
Não se chegam á frente porque na RTP, e ao fim de uma década de trabalho, sem qualquer explicação, deixaram de responder aos nosso emails, ás nossas cartas, e ás nossas propostas.
Não se chegam á frente porque a uns nem lhes atendem o telefone e a outros são tratadas coisas até pelo telefone.
Não se chegam á frente?!!! Claro que se chegam á frente:

Chegámos á frente com um Talk Show “bem disposto” para evocar os 900 Anos do D. Afonso Henriques chamado “País de Afonso Henriques”… O Director de Programas respondeu sem sequer abrir a proposta, que “para programas de conversa já lhe chegava o Júlio Isidro”.

Chegámos á frente com uma série chamada “Eusébio, o Rei da República”, por altura dos 50 anos da chegada de Eusébio a Lisboa e dos 100 anos da Republica. Série com apoio do próprio, com co-autoria do seu biografo João Malheiro e com conhecimento do advogado do Eusébio, Dr. Rogério Alves. Foi entregue há um ano o episódio piloto e… Nada! O rapaz nem tem a educação de responder.

Chegámos á frente com uma série chamada “Maduro Maio”, uma sit-com nos 40 anos do Maio de 68. Nem resposta!

Chegámos á frente com uma série de comédia popular chamada
“Grande Crise, Oh Crisóstomo!” Nem resposta! (esta já foi enviada por email pois não nos atendia o telefone para marcar reunião)

Chegámos á frente com uma série de curtos programas (6 minutos) sobre os 35 anos do 25 de Abril (com o apoio do Cor. Vasco Lourenço) chamada “Abril de Caras” e que ia pelo país reconstituir fotografias de pessoas, tiradas no dia 25 de Abril e agora com os seus descendentes ao lado. O Director de Programas respondeu que este tipo de programas lhe estragavam o “alinhamento da programação”. Esta é forte… especialmente por ser o 25 de Abril a estragar a programação.

Chegámos á frente com um programa diário chamado “15 minutos”. Nunca tivemos resposta, mas 1 mês depois apareceu no mesmo horário um programa chamado “30 Minutos”. Não estou a acusar ninguém de nada. É certamente coincidência. Mas é uma coincidência que indica que as nossas ideias até não são más.
Chegámos á frente quando apresentámos proposta para rábulas de humor no Programa Portugal no Coração. Nem resposta.

Chegámos á frente quando apresentámos uma proposta para uma série chamada
“Cartas de Amor e Guerra” , baseada nos “aerogramas” escritos durante a Guerra Colonial. Nem resposta!

Chegámos á frente com propostas para as séries “Portugal Hospitaleiro”, e “Nunca é Tarde”. Nada de resposta!

Chegámos á frente com propostas para Novelas: “Monte da Lua”, “Seara de Mar”, “Farmácia Republica” e “Ciclistas” (esta última sobre um desporto muito popular). Nem piu!

Chegámos á frente com as comédias “Chá das Duas”, “Portugal Jeitoso”,
“Portugal dos Pequeninos”, “Compadre Presidente”e “TV Sarilhos”. Resposta nem vê-las!

Chegámos á frente com propostas de concursos “7, 14, 21”, “Peso e Medida” e “Todos por Um” (este último dedicado a equipas formadas por Colectividades de Cultura e Recreio). Respostas nem falar!

Chegámos à frente com um programa chamado “Portugal Tal e Qual”, sobre Portugal no Mundo. O Director continua mudo!
Chegámos á frente com um programa sobre Teatro Amador chamado “Ensaio Geral”. Resposta zero!

Chegámos á frente… mesmo muito á frente com um programa de humor de actualidade chamado “Humor à Pátria” e que já estava Inteiramente decidido pelo Director anterior e negociado com uma instituição pública que iria pagar a totalidade do programa. Mas mesmo assim este Director não o quis, fazendo a RTP faltar á palavra já dada, e deitando pela porta fora 400.000 Euros.

Claro que não quis a nossa comédia já paga mas encomendou a pagar “Os Contemporâneos” onde o autor do Blog que te manda “chegar á frente” é autor principal e actor muito secundário.
E assim vai Portugal… Uns vão bem e outros mal!
Agora na RTP a uns tudo aprovam e a outros, com anos de provas dadas nem são recebidos. Aqueles a quem tudo é aprovado podem dizer o que querem de toda a gente e acham que isso é uma graça. Mas quando aqueles a quem nada é aprovado dizem alguma coisa deles “picam-se”. A prova é o que escrevem nos Blogs. (e eu sei do que estou a falar. Sempre fizeram graça comigo e eu sempre me ri disso… O homem que não diz os “L”, etc, etc. Mas um dia fiz uma graça com um deles e lá vai Blog todo ofendido. Um dia, e apenas porque me perguntaram, respondi que o que lixou o Hora H foram os textos e caíram-me todos em cima na Internet e não só) . Não querem que os outros digam o que o pensam. Dá que pensar. Nesse aspecto e apesar de já terem nascido depois do 25 de Abril, ainda herdaram alguma coisa do salazarismo.
Na RTP dá-se privilégio a uma empresa que produz a sua arma humorística (Os Contemporâneos) e ao mesmo tempo produz a arma humorística da SIC (Gato Fedorento). Na RTP (Televisão) promove-se a protagonista de uma série de humor (Contemporâneos) a mesmo pessoa que na TSF (rádio) combate a RTP (Rádio) com o programa “Tubo de Ensaio”.

Na RTP admitem-se empresas que vendem “armas” a ambos os lados do” conflito”, e que por vezes – o teu caso é um exemplo disso, até de dentro da RTP mandam “tiros” a pessoas que sempre defenderam a RTP. Estamos agora a viver tempos desses! Tempos de favorecimento de modas, de interesses, de preconceitos, e principalmente de tempos de favorecimento de amizades. Amizades.

Luís, Luís, Luís, Luís, Luís. É aqui que eu me espanto contigo. Com a tua ingenuidade. Então se tu, ai no Chiado onde moras, fores assaltado vais queixar-te á Policia ou ao Chefe da quadrilha? E ao Ministro da Cultura?! Essa então ainda pior. Não sabes que esse Ministro - que se diz que foi convidado por engano, não deve ter sido assim um engano tão grande com isso? Ele é ou foi da mesma empresa que dedicou 32 segundos ás Lições do Tonecas.

Escrever a essa gente é como pregar no deserto. Nestes tempos conturbados e desvirtuados de honra, dignidade e moral temos que fazer o contrário de Santo António. Não podemos pregar aos peixes, esses malandros que se comem uns aos outros, temos é que teimar e falar mais alto junto daqueles que, talvez por ainda não terem consciência do que se passa, até aqui não nos têm ouvido. Mas a verdade é que também temos estado calados. Vamos é levantar a voz! Basta de silencio! Esse será o remédio! Nunca uma queixa ao padrinho!

Grande Luís!,
Abraço-te uma, duas e três vezes! Não somos menos que os franceses!
Guilherme Leite

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Carta de Luís Aleluia às Produções Fictícias

CARTA ÀS PRODUÇÕES FICTÍCIAS

Ao Exmo. Senhor,
Director Geral da Produções Fictícias
Dr. Nuno Artur Silva
Trav. da Fábrica dos pentes, 27 – r/c
1250'105 Lisboa


Lisboa, 3 de Setembro de 2009

Caro Nuno,

Confrontado com a informação que as Produções Fictícias, empresa que superintende, teria inadvertidamente omitido a série “As Lições do Tonecas” no vosso mais recente trabalho para a RTP que propunha uma retrospectiva dos 50 anos de humor televisivo produzido em Portugal,
numa Série de 4 Programas intitulada “DIVINAS COMÉDIAS”, e que sobre “As Lições do Tonecas” não havia quaisquer referências ou imagens, vejo, com grande satisfação e muito agrado que a suspeição não passa de uma acusação gratuita e sem fundamento, quem sabe até no pressuposto de denegrir e ofender a imagem da mais conceituada empresa portuguesa
de conteúdos para Televisão, Teatro, Rádio, Internet, Publicidade, Jornais, Livros, Discos e Cassettes Pirata.

É que depois de visionar o vosso Programa emitido pela RTP em 8/8/2009 que se encontra disponível na internet, no site http://www.rtp.pt/ da Estação Pública, verifico que a referência ao Programa “As Lições do Tonecas” está lá. Foi feita no primeiro Programa e devidamente enquadrada no capítulo dedicado às “Séries e às Sitcoms”.

Só de facto alguém pouco escrupuloso e com vontade de embirrar convosco é que não reparou na referência que, mesmo assim ainda dura 32 segundos e 4 décimos. Ora para quem só tinha quase 4 horas para fazer a Série, não está nada mal (Só quem estiver mesmo muito distraído é que não a vê). Está espectacular, inclui até imagens do episódio de estreia e o texto que as sublinha é bastante ilustrativo do grande respeito e deferência com que as Produções Fictícias e nomeadamente os autores da Série “As Divinas Comédias” tratam os profissionais do sector, digo os colegas que escreveram e produziram a Série “As Lições do Tonecas”, bem como os dois actores que a protagonizaram.

Atente-se, aliás, na sublime redacção do texto:
Uma surpresa de 1996… Quem diria que um clássico da rádio dos anos 30, escrito por José de Oliveira Cosme e interpretado por Vasco Santana e transformado num dos maiores Best-Sellers do humor nacional iria transformar-se numa das mais populares sitcoms portuguesas dos anos 90(sic)

Se me permite o reparo, neste extenso texto há apenas dois erros a manchar a extraordinária composição, o que indicia que alguém não fez correctamente os trabalhos de casa:

Primeiro, os textos que transformaram o clássico “As Lições do Tonecas” numa das mais populares sitcoms portuguesas dos anos 90, não são de José de Oliveira Cosme mas sim de Manuel Correia, autor e produtor que o Nuno conheceu. Foi presidente da APIT e, nessa qualidade foi um grande defensor dos Produtores Independentes de Televisão e que tinha por si
uma grande consideração.

Atrevo-me até a dizer que, se fosse vivo, o Sr. Manuel Correia não hesitaria em agradecer'lhe pessoalmente a atenção com que as Produções Fictícias trataram o Programa “As Lições do Tonecas”, que foi produzido pela sua empresa, a Firmadois.

Segundo, o actor Vasco Santana nunca fez as “Lições do Tonecas”. Desculpe-me, mas para quem pretendia um trabalho sério e honesto, este erro é de palmatória.

Mas o Nuno não se preocupe com isto; Primeiro porque são erros de somenos importância que qualquer um entenderá como pequenos lapsos e não como falhas de cultura. São tão insignificantes que, por si só, não irão com certeza abalar a imagem de sumidade cultural que vos é atribuída. E depois porque a audiência do vosso Programa não deve ter sido lá muito significativa… Mês de Agosto, muita gente fora!..

Ainda voltando ao enunciado, a expressão “Quem diria” presente no texto, que as más'línguas dizem tratar'se de uma manifestação de mau gosto e pejorativa eu, pelo contrário, vejo aqui uma forma humilde e inocente de denunciar uma cândida ignorância e uma vontade expressa de ser
esclarecido. Vejamos se consigo!

Ora vamos lá então ver “Quem diria”?
 Diria o actor Curado Ribeiro que fez a primeira distribuição, atribuindo'me o papel.
 Diriam os responsáveis pelos conteúdos da NBP que em primeiro quiseram produzir.
 Diria o actor Nicolau Breyner grande conhecedor destas coisas de televisão.
 Diria o produtor e autor Manuel Correia que produziu e escreveu os 180 episódios.
 Diria o produtor e apresentador de televisão e sócio da CCA, Senhor Carlos Cruz.
 Diriam, ao longo do tempo, 4 diferentes Directores de Programas da RTP.
 Diria a Administração da RTC pelos grandes encaixes financeiros em publicidade.
 Diriam alguns jornalistas da RTP para quem “O Tonecas” era uma alavanca de audiências.
 Diriam milhares de famílias que puderam juntar avós e netos frente à televisão.
 Diriam milhares de emigrantes portugueses, espalhados pelos Mundo inteiro.
 Diriam centenas de anunciantes que aproveitaram o Programa para vender produtos.
 Diria Milhão e Meio de fiéis espectadores da RTP que ainda hoje têm saudades do Programa.
 Diriam alguns intelectuais que precisavam de matéria para falar mal dos gostos do Povo.
 Diriam as quase duas centenas de profissionais do audiovisual que fizeram a Série.
 Diriam cerca de 160 convidados (actores, jornalistas, políticos, músicos e poetas etc.).
 Diria o meu médico de família e as duas enfermeiras do posto mais o administrativo.
 E diria também a porteira do prédio, onde eu vivi em Massamá, que me adorava ver.

O Nuno desculpe'me a franqueza, mas a julgar pelo exposto e a ser correcta a minha interpretação da expressão “Quem Diria”, julgo que os únicos que ainda hoje se interrogam sobre o sucesso da Série “As Lições do Tonecas”, são as Produções Fictícias e os autores deste trabalho. Veja que até a porteira do prédio onde eu vivi em Massamá conseguiu descortinar um tremendo sucesso de televisão.

E no entanto, apesar de humildemente se denunciarem surpreendidos (ou diria agastados?!) com o êxito de “As Lições do Tonecas” que marcou claramente a década de 90, não deixaram os autores da Série “Divinas Comédias” de lhe dedicar a atenção merecida que, apesar da exiguidade do tempo que lhe foi dedicada, e as imprecisões acima apontadas, não deixa de ser um acto significativo que merece realce e que não posso deixar de agradecer. .

Assim, pela grande deferência e respeito com que nos trataram neste vosso trabalho queiram aceitar, e peço-lhe ofavor de o transmitir aos seus rapazes, os meus mais sinceros agradecimentos.

Aliás, é justo que refira que não esperava outra atitude da vossa parte, porquanto, qualquer retrospectiva séria que fale de humor para televisão produzido em Portugal, quer se goste ou não, tem obrigatoriamente que referir o programa “As Lições do Tonecas”:



  • Que ao longo dos quatro anos de emissão (e não dois como tem sido tão profusamente anunciado)de 1996 a 2000, ajudaram a conseguir a proeza da RTP ultrapassar a fasquia dos 25 milhões de espectadores por semana através da difusão da RTP / RTPi / RTP África / RTP Madeira e RTP Açores.


  • Que fizeram com que em muitos lares brasileiros se procurasse a RTPi para assistirem ao Programa, (um pouco com o que cá se passava com a Sitcom brasileira “Sai de baixo”, produzida pela Rede Globo e que entre nós era retransmitia por cabo).


  • Que por ser um programa de entretenimento com uma forte componente didáctica, divertiu, ensinou e ajudou a esclarecer milhões de espectadores de língua portuguesa espalhados pelos 5 Continentes e que se identificaram com as suas raízes culturais.


  • Que foi premiada tanto pelo seu impacte popular como pela interpretação dos actores e tanto cá, troféus NOVA GENTE e outras diversas distinções, como no estrangeiro, pergunte ao Herman José, nosso amigo comum, que chegámos a ir juntos, de propósito, a Nova Yorque receber os prémios pelo nosso destaque e empenho profissional.


  • Que abriu portas a um programa intitulado “O Recreio do Tonecas” que veio a revelar'se uma excelente aposta da RTP para a Área de entretenimento infanto'juvenil, que produziu dois discos “A Tabuada do Tonecas” e “As canções do Tonecas”, o primeiro com música de Jorge Quintela e o prestigiado coro de Santo Amaro de Oeiras e o segundo com letras de Teresa Correia e músicas de Toy e também um livro “As novas Lições do Tonecas”, que aqui lhe envio como prova do meu mais profundo agradecimento. Foi editado em 1999 para celebrar o tremendo sucesso de audiências que o Programa granjeou e que RTP obteve, através dele.

Desculpe, caro Nuno, percebo que o enfado com tanta descrição, ainda mais sobre matérias que o meu amigo, como Autor, excelente comunicador de televisão e Director de uma Produtora de conteúdos tão afamada, também experimenta com bastante frequência e conhece tão bem quanto eu; falo do sucesso dos seus Programas e o reconhecimento as audiências pelo seu desempenho profissional.

No entanto, veja o Nuno como há gente tão pérfida, há quem me aconselhe pouca efusividade nos agradecimentos a si a aos outros dois autores da Série “AsDivinas Comédias”, porquanto o destaque dado ao Programa “As Lições do Tonecas” ficou muito aquém da importância que tanto o Programa, como o autor e principalmente os actores, mereciam.

Mas não se preocupe que eu, a esses, já os pus na linha.

Expliquei'lhes que o que temos que respeitar aqui, são os critérios dos autores que idealizaram e criaram o formato do Programa e mais nada. Nem a RTP, que é quem paga o serviço, pelos vistos, tem a ver com isso.

Até porque, numa análise objectiva sobre o Programa ora apresentado, a Série “Divinas Comédias”, habilmente camuflada como uma honesta retrospectiva do humor televisivo português produzido nos últimos 50 anos, mais não é que um extenso Portefólio profissional da empresa Produções Fictícias, que desta forma destacam os seus artistas, publicitam os seus trabalhos, vendem os seus autores, nalguns casos explicam publicamente os seus desaires profissionais e noutros até aconselham a venda dos seus produtos. Embrulham o conteúdo em 50 anos porque só 15, e de poucos sucessos, dava muito nas vistas, intercalam'se com outros projectos de televisão de grande popularidade para obterem visibilidade e notoriedade e ilustram o trabalho com entrevistas de profissionais do audiovisual, para dar consistência e respeitabilidade ao projecto.

E se isto foi feito com dinheiros da RTP, estão no vosso direito. Não é a primeira vez que uma empresa Pública gasta o dinheiro que não tem, a subsidiar trabalhos de promoção de outras empresas, ainda mais tendo amigos bem colocados. Não nos podemos esquecer que a “Produções
Fictícias”, é uma Empresa Privada de Solidariedade Associativa. Aqui, peço'lhe desculpa, mas para que os detractores e grandes invejosos do vosso trabalho entendessem, tive que recorrer à vulgaridade de usar algumas imagens caricaturais que, embora de desprezível e abjecta banalidade, se revelaram de extrema eficácia para a compreensão do fenómeno. Disse'lhes que uma Empresa Privada de Solidariedade Associativa é por exemplo uma reserva de caça;

Delimita-se a coutada onde só podem entrar os sócios, os associados, alguns profissionais pagos para engodo e naturalmente alguns visitantes ilustres que, embora causando alguns estragos, não podem deixar de ser convidados pelo status e pela celeuma que levantaria, quer política, quer socialmente, se assim não fosse… E mais nada! Rigorosamente mais nada.

Claro que este método de trabalho, embora lícito (?!), perverte e vicia as regras de mercado, submete a liberdade criativa e, em última análise subverte a Democracia.

E isso que importa, quem vier atrás que feche a porta! Vamo'nos queixar a quem?

Este País, apesar de ser uma República, é Governado por quem gosta de reinar.

Mas mesmo assim, caro Nuno, não calcula a dificuldade que o Povo tem em entender estas coisas. Olhe que mesmo depois de eu perder um ror de tempo com estas explicações ainda há quem lance suspeitas sobre a honestidade intelectual do vosso trabalho e seriedade da Estação que o emitiu, a RTP.

Desconfio que o que lhes deve ter causado toda esta indignação, terá sido o facto de, como espectadores assíduos da RTP e grandes apreciadores da Série “As Lições do Tonecas” pelo tipo de humor que utilizava e que afinal de contas é o mais genuinamente português (ainda é dos anos 30, veja) e que por serem fãs do trabalho dos actores que o protagonizaram, ter-se- ão sentido desrespeitados pelo minguado destaque dado “Às Lições do Tonecas”, tanto pelo seu Programa “ Divinas Comédias” como pela Estação Pública que não teve quaisquer pejos em ofender os colaboradores que a alimentaram durante anos e uma grande parte da audiência que a sustenta.

Como me acho incapaz de explicar melhor os propósitos profissionais e os critérios editoriais que levaram as Produções Fictícias a tomar estas opções de tratamento desigual dado ao Programa “As Lições do Tonecas” em detrimento de outras séries, peço'lhe que seja o Nuno, em nome das
Produções Fictícias a explicar publicamente o que se passa, se achar oportuno, naturalmente…
E se souber, claro!

Da minha parte, creia o Nuno, que fiz tudo o que estava ao meu alcance para defender o vosso trabalho como aliás, sei que defendeu o meu, pois por vontade de alguns “As Lições do Tonecas”, levavam o mesmo sumiço de outros trabalhos que apesar de também terem tido bastante importância no humor televisivo nestes últimos 50 anos, nem sequer foram lembrados.

Daí o meu sincero reconhecimento. A si, grande Nuno e à equipa que escreveu, produziu e apresentou esta Retrospectiva de 50 anos de humor de televisão em Portugal,

os meus mais sinceros agradecimentos.
Com os melhores cumprimentos,
Luís Aleluia
(Actor que interpretou a personagem de “Menino Tonecas” na Série da RTP).




Cópias para:
Primeiro-ministro, Ministro dos Assuntos Parlamentares, Ministro da Cultura, Presidente do Conselho de Administração da RTP, Órgãos de Informação, Sociedade Portuguesa de Autores, Cooperativa de Gestão dos Direitos dos Artistas, Sindicato dos trabalhadores do Espectáculo, Entidade Reguladora para a Comunicação Social, RTP - Provedor do espectador, Produções Filipe Lá Féria, Associação Portuguesa de Famílias Numerosa e Associação Nacional de Caçadores de Galinholas.