Nas recomendações que me fizeram pediram-me que, assim que chegasse à entrada dos artistas, informasse o porteiro, o Sr. Deus, dos meus propósitos e que me encontrava ali a convite do Sr. Helder Costa.
Assim foi, no dia seguinte lá estava eu a cumprir o que que haviam pedido. Mas a minha natutal ansiedade, a pouca familariedade com os teatros do Parque Mayer aliada à grande expectativa daquela entrevista de trabalho, levaram-me a esquecer o nome da pessoa a quem eu tinha que me dirigir. Esqueci-me completamente se ele se chamava "Deus" ou se era "Jesus"!
Completamente em pânico, e achando que Jesus era um nome de familia mais comum, optei por este último.
E foi assim que, com grande determinação toquei à campainha da porta que não demorou muito a abrir. À minha frente apareceu então um sujeito, já com uma certa idade, que mais tarde vim a saber ser o contra-regra da Companhia, o sr. Libertino.
Foi num só fôlego que disparei:
- Você é que é o porteiro do teatro Maria Vitória?
- Não, respondeu-me ele, ainda mais curioso, estou aqui apenas a substítui-lo por breves instantes!
Relatei-lhe a minha conversa com o empresário e que o próprio me tinha dito que: assim que chegasse à porta, pedisse logo para falar com o senhor "Jesus".
O Libertino, notando o meu engano e, com o ar mais sério deste Mundo respondeu-me:
Pois é, só que o senhor Jesus não está cá!...
- Ai não?! Então e agora? Indaguei eu preocupado!
-Ah, mas não te preocupes, rapaz, Falas com o pai dele que foi ali à casa de banho fazer xixi e já não demora nada.
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