"Um homem que tenha algo a dizer e não encontre ouvintes está em má situação, mas pior ainda estão os ouvintes que não encontram quem tenha algo a dizer-lhes."
Bertolt Brecht
10 ERROS que é preciso denunciar...
10 MEDIDAS QUE É URGENTE IMPLEMENTAR!
1. O SERVIÇO PUBLICO DE TELEVISÃO NÃO ESTÁ A SER ALTERNATIVA AOS OUTROS CANAIS
O Serviço Público de Televisão (RTP) não se está a constituir como alternativa aos canais comerciais e privados, estando até em alguns casos a concorrer directamente com eles no horário e no segmento de público, mais parecendo uma luta pelo sucesso dos respectivos Directores de Programas do que um trabalho em prol do Serviço Público para beneficio do espectador.
É necessário que a RTP seja dirigida por pessoas que mais do que o sucesso pessoal e a construção de uma carreira “cor de rosa”, queiram é trabalhar no sentido de valorizar e prestigiar o que é público, património, popular e português, divulgando o que é de todos nós, transformando a RTP numa Janela por onde se possa observar o mundo, mas também numa Varanda onde o país estende as suas melhores colchas e aparece com o seu melhor fato, constituindo-se assim numa alternativa de cariz positivo e também popular ás opções de programação das Estações privadas.
2. O MODELO “HORIZONTAL” DE PROGRAMAÇÃO É PREJUDICIAL AO PAÍS
O Serviço Público de Televisão optou por programação horizontal (de Segunda a Sexta o mesmo produto á mesma hora – Concursos depois do telejornal; e até de Segunda a Sábado – Concurso antes do Telejornal), em vez de optar por programação que ofereça diariamente programas diferentes.
É urgente terminar com a chamada programação horizontal, e optar por ter em horário nobre programas diferentes de Segunda-feira a Domingo, pois a emissão do mesmo formato de programa todos os dias pela mesma hora, afasta todos aqueles que não gostam desse género de programa favorecendo com isso as audiências dos canais privados.
3. NÃO DIVERSIFICA CONTEÚDOS
Excepção feita aos Noticiários, o Serviço Público de Televisão não espelha o país que somos e não diversifica suficientemente os seus conteúdos de forma a agradar a várias sensibilidades, funcionando até, na maioria dos casos, como espelho do próprio gosto do seu Director de Programas e das pessoas e profissionais que lhe são intelectualmente mais chegadas, sendo assim o Serviço Público impedido, do seu próprio interior, de chegar á grande maioria dos portugueses.
É urgente que o Serviço Público de Televisão passe a ser “espelho e memória” do país positivo e “alavanca” para fazer elevar o nível de gosto dos espectadores, mas para isso não pode ser autista em relação aos mais experientes, preconceituoso em relação ao gosto dos mais populares e até humildes, e arrogante em relação á opinião de outros.
4. ACEITA E FAVORECE O LOBBY
O Serviço Publico de Televisão aceita e favorece um lobby de opinião constituído por autores e adaptadores de ideias e conteúdos que se tornaram moda e cuja visão que têm de Portugal vai pouco para além de um círculo lisboeta de influência e cujos conteúdos produzidos resultam em “grandes sucessos” junto dos amigos e alguns “fazedores de opinião”, mas que na realidade são verdadeiros e reais insucessos pois esbarram contra a parede da indiferença do grande público, que opta por não ver, mas não pode optar por não pagar, já que o serviço público é obrigatoriamente pago pelos contribuintes.
É urgente que as pessoas que são obrigadas a pagar o serviço público se sintam compensadas pelo dinheiro que obrigatoriamente pagam e que para isso passem a ver no Serviço Público programas do seu agrado. Para isso tem que ser rapidamente aberto o leque de opções aumentando a diversidade. É urgente clarificar para onde vai o dinheiro dos contribuintes. O dinheiro dos contribuintes não pode estar a ser usado para sustento de uma elite de autores e adaptadores agrupados á volta de uma produtora e seus satélites. Não se pode continuar a permitir que o Director de Programas possa afastar de antena todos os que – tendo assinalável sucesso até agora, iriam possibilitar a comparação de sucesso e audiências com os seus preferidos, mas não preferidos da maioria dos portugueses “pagantes”. O Serviço Público tem que ter espaço para os vários géneros, desde que baseado na dignidade e bom senso que devem nortear quem trabalha no serviço público.
5. MAL TRATA OS PROFISSIONAIS MAIS ANTIGOS, DESPREZA A SUA EXPERIENCIA E CONTRATA “MERCENÁRIOS”.
O Serviço Público de Televisão despreza constantemente a experiência acumulada durante anos por profissionais que se dedicam à causa, estudando o fenómeno televisivo em Portugal para definirem cuidadosamente caminhos e que quando estão a trilhar esse caminho e a atingir esse objectivo com sucesso e comprovado agrado do público têm como prémio o afastamento, o não reconhecimento do seu trabalho e a humilhação por parte de jovens Directores de Programas que tomam por “conselheiros” pessoas com interesses em empresas produtoras, que tal qual mercenários, trabalham com o mesmo tipo de produto para os canais privados, vendendo assim “armas” a ambos os lados do “conflito”.
1. O SERVIÇO PUBLICO DE TELEVISÃO NÃO ESTÁ A SER ALTERNATIVA AOS OUTROS CANAIS
O Serviço Público de Televisão (RTP) não se está a constituir como alternativa aos canais comerciais e privados, estando até em alguns casos a concorrer directamente com eles no horário e no segmento de público, mais parecendo uma luta pelo sucesso dos respectivos Directores de Programas do que um trabalho em prol do Serviço Público para beneficio do espectador.
É necessário que a RTP seja dirigida por pessoas que mais do que o sucesso pessoal e a construção de uma carreira “cor de rosa”, queiram é trabalhar no sentido de valorizar e prestigiar o que é público, património, popular e português, divulgando o que é de todos nós, transformando a RTP numa Janela por onde se possa observar o mundo, mas também numa Varanda onde o país estende as suas melhores colchas e aparece com o seu melhor fato, constituindo-se assim numa alternativa de cariz positivo e também popular ás opções de programação das Estações privadas.
2. O MODELO “HORIZONTAL” DE PROGRAMAÇÃO É PREJUDICIAL AO PAÍS
O Serviço Público de Televisão optou por programação horizontal (de Segunda a Sexta o mesmo produto á mesma hora – Concursos depois do telejornal; e até de Segunda a Sábado – Concurso antes do Telejornal), em vez de optar por programação que ofereça diariamente programas diferentes.
É urgente terminar com a chamada programação horizontal, e optar por ter em horário nobre programas diferentes de Segunda-feira a Domingo, pois a emissão do mesmo formato de programa todos os dias pela mesma hora, afasta todos aqueles que não gostam desse género de programa favorecendo com isso as audiências dos canais privados.
3. NÃO DIVERSIFICA CONTEÚDOS
Excepção feita aos Noticiários, o Serviço Público de Televisão não espelha o país que somos e não diversifica suficientemente os seus conteúdos de forma a agradar a várias sensibilidades, funcionando até, na maioria dos casos, como espelho do próprio gosto do seu Director de Programas e das pessoas e profissionais que lhe são intelectualmente mais chegadas, sendo assim o Serviço Público impedido, do seu próprio interior, de chegar á grande maioria dos portugueses.
É urgente que o Serviço Público de Televisão passe a ser “espelho e memória” do país positivo e “alavanca” para fazer elevar o nível de gosto dos espectadores, mas para isso não pode ser autista em relação aos mais experientes, preconceituoso em relação ao gosto dos mais populares e até humildes, e arrogante em relação á opinião de outros.
4. ACEITA E FAVORECE O LOBBY
O Serviço Publico de Televisão aceita e favorece um lobby de opinião constituído por autores e adaptadores de ideias e conteúdos que se tornaram moda e cuja visão que têm de Portugal vai pouco para além de um círculo lisboeta de influência e cujos conteúdos produzidos resultam em “grandes sucessos” junto dos amigos e alguns “fazedores de opinião”, mas que na realidade são verdadeiros e reais insucessos pois esbarram contra a parede da indiferença do grande público, que opta por não ver, mas não pode optar por não pagar, já que o serviço público é obrigatoriamente pago pelos contribuintes.
É urgente que as pessoas que são obrigadas a pagar o serviço público se sintam compensadas pelo dinheiro que obrigatoriamente pagam e que para isso passem a ver no Serviço Público programas do seu agrado. Para isso tem que ser rapidamente aberto o leque de opções aumentando a diversidade. É urgente clarificar para onde vai o dinheiro dos contribuintes. O dinheiro dos contribuintes não pode estar a ser usado para sustento de uma elite de autores e adaptadores agrupados á volta de uma produtora e seus satélites. Não se pode continuar a permitir que o Director de Programas possa afastar de antena todos os que – tendo assinalável sucesso até agora, iriam possibilitar a comparação de sucesso e audiências com os seus preferidos, mas não preferidos da maioria dos portugueses “pagantes”. O Serviço Público tem que ter espaço para os vários géneros, desde que baseado na dignidade e bom senso que devem nortear quem trabalha no serviço público.
5. MAL TRATA OS PROFISSIONAIS MAIS ANTIGOS, DESPREZA A SUA EXPERIENCIA E CONTRATA “MERCENÁRIOS”.
O Serviço Público de Televisão despreza constantemente a experiência acumulada durante anos por profissionais que se dedicam à causa, estudando o fenómeno televisivo em Portugal para definirem cuidadosamente caminhos e que quando estão a trilhar esse caminho e a atingir esse objectivo com sucesso e comprovado agrado do público têm como prémio o afastamento, o não reconhecimento do seu trabalho e a humilhação por parte de jovens Directores de Programas que tomam por “conselheiros” pessoas com interesses em empresas produtoras, que tal qual mercenários, trabalham com o mesmo tipo de produto para os canais privados, vendendo assim “armas” a ambos os lados do “conflito”.
É da máxima urgência travar a sangria de profissionais experientes e competentes que ou são pura e simplesmente afastados sem uma explicação ou são escondidos em horários tardios ou “enviados em missão” para programas muito abaixo do seu mérito, mas que o seu profissionalismo e o seu amor ao serviço público obrigam a aceitar.
É urgente corrigir as injustiças, que praticadas sobre esses profissionais acabam sempre por atingir os espectadores que são privados do seu trabalho e da sua experiência. Ainda por cima essas injustiças estão a ser praticadas sobre profissionais que desde que entraram na RTP sempre se dedicaram em exclusividade ao Serviço Público.
É imprescindível acabar com o regime de “mercenários” pagos pelo serviço público, e que ao mesmo tempo trabalham no… combate ao Serviço Público, produzindo programas de conteúdo idêntico para Estações Privadas e os quais são utilizados na concorrência com a RTP.
É urgente esclarecer como é possível que haja pessoas que passam a vida a saltar de canal em canal acabando sempre por se abrigar na RTP pelo mesmo motivo que o cão entra na Igreja… (A porta está aberta), enquanto para outros, fieis á casa e com agrado do publico - e da tesouraria graças ás entradas conseguidas com a publicidade atraída pelos seus programas, vêm de um momento para o outro e sem explicação alguma a porta fechada na cara.
6. DEIXOU DE FAZER ESCOLA E CONTRATA “VEDETAS” QUE OS PRIVADOS RESOLVERAM ABANDONAR.
Ao afastar os profissionais experientes o Serviço Público deixa a ilusão de estar a inovar, mas na realidade o que está a fazer é a afastar a experiência e a esconder a competência dando lugar a compadrios, favores e interesses pessoais, e impedindo que a experiência adquirida numa industria tão recente como a televisão possa “fazer escola”, criar raízes profundas no ceio do espectador, sendo Espelho e Memória do país que realmente somos. Aliás, se alguém perguntar o que deve ser o Serviço Público de Televisão, a resposta poderá ser, Espelho e Memória.
É urgente inovar com ideias e não apenas com pessoas. É urgente apresentar novos conteúdos que sejam fruto da inspiração e objectivos de novos profissionais, mas baseados e ajudados na experiencia de profissionais mais antigos. É necessário criar condições para “fazer escola”, ter orgulho na “escola” por fazer parte do nosso património e não dar hipóteses de alguém combater a “escola” já existente pelo simples facto de ainda não ter tido tempo nem idade para ter “feito escola” própria.
É urgente dar mais relevo á RTP-Memória, que nos últimos meses tem dado lições de profissionalismo e respeito “pelo que é nosso”, sendo “Espelho e Memória” e provando que a aliança de sensibilidades, de gostos e de gerações é o caminho a seguir.
7. VAI EXAGERADAMENTE ÀS COMPRAS AO ESTRANGEIRO
Ao manter o mesmo programa de segunda a sexta e em alguns casos de segunda a Sábado, o Serviço Público está a ocupar o horário nobre de emissão com produtos que ainda por cima são formatos comprados no estrangeiro, impedindo assim o desenvolvimento de ideias nacionais num horário que poderia ser usufruído pelos espectadores com programas de vários géneros, desenvolvendo e dando trabalho a várias produtoras, autores e demais profissionais, e não, como infelizmente está a acontecer, a direccionar as verbas de produção que poderiam ir para 5 ou 6 produtoras nacionais apenas para uma única, normalmente dependente ou propriedade de multinacionais, ou propriedade de ex-elementos de multinacionais, provocando o enriquecimento de uma ligada ao estrangeiro e a falência de várias nacionais. É uma péssima forma de usar o dinheiro dos contribuintes.
É urgente definir uma “grelha de programas” que coloque Portugal em “horário nobre”. De Segunda a Sexta um espaço logo a seguir ao Telejornal que se poderá mesmo chamar “Portugal em hora nobre”. Cada dia da semana um programa de autores diferentes e de estilos diferentes. Programas que sejam mobilizadores dos espectadores e que possam fomentar a existência de empresas que trabalhem as nossas ideias e fomentem as nossas iniciativas.
8. NÃO DÁ OPORTUNIDADE E NÃO FOMENTA A CRIATIVIDADE DOS PORTUGUESES E AS PEQUENAS EMPRESAS
Ao não fomentar e dar trabalho às pequenas produtoras nacionais o Serviço Público Português está a colocar-se cada vez mais na dependência de formatos estrangeiros e a aniquilar por completo a criatividade dos autores portugueses. Impossibilitando a criatividade nacional, o serviço público de televisão ainda vai comprar lá fora o que impede que seja feito cá dentro, mostrando uma completa falta de sentido patriótico, esbanjando as verbas que o Estado Português lhe dá (cerca de 1 milhão de euros por dia) e mostrando uma total falta de respeito pelo passado, pelo presente e pelo futuro dos portugueses. Este Serviço Publico, dirigido desta forma não justifica a sua existência e pode até ser considerado uma traição.
É urgente acabar com o escândalo de comprar os formatos da maioria dos programas no estrangeiro e depois adaptando para Portugal. É um escândalo condenar os autores portugueses a meros adaptadores. É urgente deixar de ser “proibido” ter ideias em Portugal.
É urgente valorizar e acarinhar os criativos portugueses – todos os criativos portugueses, e não apenas os que estão inscritos nas produtoras de amigos ou em satélites destas.
É urgente entender que as ideias podem ser vendidas e não apenas compradas. Se forem nossas vendemos, se forem dos outros… compramos. Se vendermos são verbas que entram a troco de… ideias. Se compramos são verbas que saem à custa dos impostos dos portugueses.
É urgente um comportamento patriótico por parte do Director de Programas. Não podemos estar cheios de formatos espanhóis para dançar… cantar… etc. O Director de Programas não se pode chamar “Miguel de Vasconcelos” e servir-se dos portugueses. Tem que se chamar “Zé de Portugal” e servir os portugueses.
É urgente que o Serviço Público defina o conceito de “produtores da casa” e dê hipóteses ao aparecimento de pequenas produtoras de ideias e guiões que possam incentivar a criação nacional. Por cada programa comprado a uma multinacional são várias as produtoras nacionais e as ideias de portugueses que caminham para a falência. Os contribuintes portugueses não podem continuar a pagar a uma empresa para que ela provoque falências e se transforme num entrave ao desenvolvimento desse tipo de indústria em Portugal. É urgente deixar de pagar a nossa própria aniquilação.
9. GASTA DINHEIRO DOS CONTRIBUINTES MUITO MAL GASTO
O Serviço Público de Televisão comete erros que merecem a indignação dos portugueses e a intervenção do Ministério da Tutela. Porquê comprar por milhões de euros os direitos de transmissão de jogos de futebol que se não fosse a RTP – Serviço Público a transmitir, seria outra Estação privada a fazer esse serviço? Se os portugueses não ficavam privados de assistir ao jogo para quê gastar esses milhões de euros dos contribuintes? Só para o Director de Programas poder dizer que ganhou as audiências nesse dia? Mais ainda: Porquê recusar programas dignos que chegam a custo zero à RTP, já que seriam pagos por Instituições conceituadas, e encomendar o mesmo género de programas a Produtoras “de amigos agora em moda” onde esses programas terão que ser pagos com o dinheiro dos contribuintes? (é um caso concreto que os autores deste Documento podem revelar, e cuja falta de lealdade institucional por parte do Director de Programas causou, só numa primeira série, cerca de 400.000 Euros de prejuízo á RTP)
É urgente definir em que tipo de programas o dinheiro dos contribuintes pode ser gasto. Deve ser proibido ser gasto em concorrência com os privados para obter o mesmo produto.
É desonesto, ou no mínimo muito má gestão, gastar o dinheiro do Povo para pagar produtos que o povo pode ter de forma gratuita.
10. TEM UM DIRECTOR DE PROGRAMAS SEM VOCAÇÃO (E EDUCAÇÃO) PARA O SERVIÇO PÚBLICO
O Serviço Público de Televisão não define um rumo. Não define uma estratégia. Não define regras que permita aos profissionais criativos saberem quais os objectivos. Não trata os profissionais criativos com dignidade pois a uns tudo aprova (sempre os mesmos) e a outros pura e simplesmente, ao fim de anos de trabalho e sem uma explicação, deixa de os receber, de aceitar as suas ideias e propostas para apreciação e nem sequer responde a cartas e emails pedindo esclarecimentos, revelando a forma mais déspota de favorecimento dos amigos e do lobby. Este Serviço Público, dirigido como está e com um Director de Programas deste estilo, não tem palavra nem honra nem honestidade. É incompetente, antipatriótico e deveria ser a vergonha de quem tem poder para intervir e irresponsavelmente deixa andar.
Nesta altura a RTP é o contrário da mulher de César. É urgente que a RTP para além de parecer uma entidade séria, seja mesmo séria. É urgente definir regras. Definir condições. Definir objectivos. Definir um rumo. Na nossa opinião o actual Director de Programas não tem nível, nem educação, nem competência, nem ideias, nem estatuto, nem perfil para ser Director de Programas do Serviço Público de Televisão. É urgente que se responsabilize quem o
nomeou. É mais urgente ainda que se responsabilize quem o mantém no lugar.
Guilherme Leite - Autor e actor
Luís Aleluia - Autor e actor
Setembro de 2009
É urgente corrigir as injustiças, que praticadas sobre esses profissionais acabam sempre por atingir os espectadores que são privados do seu trabalho e da sua experiência. Ainda por cima essas injustiças estão a ser praticadas sobre profissionais que desde que entraram na RTP sempre se dedicaram em exclusividade ao Serviço Público.
É imprescindível acabar com o regime de “mercenários” pagos pelo serviço público, e que ao mesmo tempo trabalham no… combate ao Serviço Público, produzindo programas de conteúdo idêntico para Estações Privadas e os quais são utilizados na concorrência com a RTP.
É urgente esclarecer como é possível que haja pessoas que passam a vida a saltar de canal em canal acabando sempre por se abrigar na RTP pelo mesmo motivo que o cão entra na Igreja… (A porta está aberta), enquanto para outros, fieis á casa e com agrado do publico - e da tesouraria graças ás entradas conseguidas com a publicidade atraída pelos seus programas, vêm de um momento para o outro e sem explicação alguma a porta fechada na cara.
6. DEIXOU DE FAZER ESCOLA E CONTRATA “VEDETAS” QUE OS PRIVADOS RESOLVERAM ABANDONAR.
Ao afastar os profissionais experientes o Serviço Público deixa a ilusão de estar a inovar, mas na realidade o que está a fazer é a afastar a experiência e a esconder a competência dando lugar a compadrios, favores e interesses pessoais, e impedindo que a experiência adquirida numa industria tão recente como a televisão possa “fazer escola”, criar raízes profundas no ceio do espectador, sendo Espelho e Memória do país que realmente somos. Aliás, se alguém perguntar o que deve ser o Serviço Público de Televisão, a resposta poderá ser, Espelho e Memória.
É urgente inovar com ideias e não apenas com pessoas. É urgente apresentar novos conteúdos que sejam fruto da inspiração e objectivos de novos profissionais, mas baseados e ajudados na experiencia de profissionais mais antigos. É necessário criar condições para “fazer escola”, ter orgulho na “escola” por fazer parte do nosso património e não dar hipóteses de alguém combater a “escola” já existente pelo simples facto de ainda não ter tido tempo nem idade para ter “feito escola” própria.
É urgente dar mais relevo á RTP-Memória, que nos últimos meses tem dado lições de profissionalismo e respeito “pelo que é nosso”, sendo “Espelho e Memória” e provando que a aliança de sensibilidades, de gostos e de gerações é o caminho a seguir.
7. VAI EXAGERADAMENTE ÀS COMPRAS AO ESTRANGEIRO
Ao manter o mesmo programa de segunda a sexta e em alguns casos de segunda a Sábado, o Serviço Público está a ocupar o horário nobre de emissão com produtos que ainda por cima são formatos comprados no estrangeiro, impedindo assim o desenvolvimento de ideias nacionais num horário que poderia ser usufruído pelos espectadores com programas de vários géneros, desenvolvendo e dando trabalho a várias produtoras, autores e demais profissionais, e não, como infelizmente está a acontecer, a direccionar as verbas de produção que poderiam ir para 5 ou 6 produtoras nacionais apenas para uma única, normalmente dependente ou propriedade de multinacionais, ou propriedade de ex-elementos de multinacionais, provocando o enriquecimento de uma ligada ao estrangeiro e a falência de várias nacionais. É uma péssima forma de usar o dinheiro dos contribuintes.
É urgente definir uma “grelha de programas” que coloque Portugal em “horário nobre”. De Segunda a Sexta um espaço logo a seguir ao Telejornal que se poderá mesmo chamar “Portugal em hora nobre”. Cada dia da semana um programa de autores diferentes e de estilos diferentes. Programas que sejam mobilizadores dos espectadores e que possam fomentar a existência de empresas que trabalhem as nossas ideias e fomentem as nossas iniciativas.
8. NÃO DÁ OPORTUNIDADE E NÃO FOMENTA A CRIATIVIDADE DOS PORTUGUESES E AS PEQUENAS EMPRESAS
Ao não fomentar e dar trabalho às pequenas produtoras nacionais o Serviço Público Português está a colocar-se cada vez mais na dependência de formatos estrangeiros e a aniquilar por completo a criatividade dos autores portugueses. Impossibilitando a criatividade nacional, o serviço público de televisão ainda vai comprar lá fora o que impede que seja feito cá dentro, mostrando uma completa falta de sentido patriótico, esbanjando as verbas que o Estado Português lhe dá (cerca de 1 milhão de euros por dia) e mostrando uma total falta de respeito pelo passado, pelo presente e pelo futuro dos portugueses. Este Serviço Publico, dirigido desta forma não justifica a sua existência e pode até ser considerado uma traição.
É urgente acabar com o escândalo de comprar os formatos da maioria dos programas no estrangeiro e depois adaptando para Portugal. É um escândalo condenar os autores portugueses a meros adaptadores. É urgente deixar de ser “proibido” ter ideias em Portugal.
É urgente valorizar e acarinhar os criativos portugueses – todos os criativos portugueses, e não apenas os que estão inscritos nas produtoras de amigos ou em satélites destas.
É urgente entender que as ideias podem ser vendidas e não apenas compradas. Se forem nossas vendemos, se forem dos outros… compramos. Se vendermos são verbas que entram a troco de… ideias. Se compramos são verbas que saem à custa dos impostos dos portugueses.
É urgente um comportamento patriótico por parte do Director de Programas. Não podemos estar cheios de formatos espanhóis para dançar… cantar… etc. O Director de Programas não se pode chamar “Miguel de Vasconcelos” e servir-se dos portugueses. Tem que se chamar “Zé de Portugal” e servir os portugueses.
É urgente que o Serviço Público defina o conceito de “produtores da casa” e dê hipóteses ao aparecimento de pequenas produtoras de ideias e guiões que possam incentivar a criação nacional. Por cada programa comprado a uma multinacional são várias as produtoras nacionais e as ideias de portugueses que caminham para a falência. Os contribuintes portugueses não podem continuar a pagar a uma empresa para que ela provoque falências e se transforme num entrave ao desenvolvimento desse tipo de indústria em Portugal. É urgente deixar de pagar a nossa própria aniquilação.
9. GASTA DINHEIRO DOS CONTRIBUINTES MUITO MAL GASTO
O Serviço Público de Televisão comete erros que merecem a indignação dos portugueses e a intervenção do Ministério da Tutela. Porquê comprar por milhões de euros os direitos de transmissão de jogos de futebol que se não fosse a RTP – Serviço Público a transmitir, seria outra Estação privada a fazer esse serviço? Se os portugueses não ficavam privados de assistir ao jogo para quê gastar esses milhões de euros dos contribuintes? Só para o Director de Programas poder dizer que ganhou as audiências nesse dia? Mais ainda: Porquê recusar programas dignos que chegam a custo zero à RTP, já que seriam pagos por Instituições conceituadas, e encomendar o mesmo género de programas a Produtoras “de amigos agora em moda” onde esses programas terão que ser pagos com o dinheiro dos contribuintes? (é um caso concreto que os autores deste Documento podem revelar, e cuja falta de lealdade institucional por parte do Director de Programas causou, só numa primeira série, cerca de 400.000 Euros de prejuízo á RTP)
É urgente definir em que tipo de programas o dinheiro dos contribuintes pode ser gasto. Deve ser proibido ser gasto em concorrência com os privados para obter o mesmo produto.
É desonesto, ou no mínimo muito má gestão, gastar o dinheiro do Povo para pagar produtos que o povo pode ter de forma gratuita.
10. TEM UM DIRECTOR DE PROGRAMAS SEM VOCAÇÃO (E EDUCAÇÃO) PARA O SERVIÇO PÚBLICO
O Serviço Público de Televisão não define um rumo. Não define uma estratégia. Não define regras que permita aos profissionais criativos saberem quais os objectivos. Não trata os profissionais criativos com dignidade pois a uns tudo aprova (sempre os mesmos) e a outros pura e simplesmente, ao fim de anos de trabalho e sem uma explicação, deixa de os receber, de aceitar as suas ideias e propostas para apreciação e nem sequer responde a cartas e emails pedindo esclarecimentos, revelando a forma mais déspota de favorecimento dos amigos e do lobby. Este Serviço Público, dirigido como está e com um Director de Programas deste estilo, não tem palavra nem honra nem honestidade. É incompetente, antipatriótico e deveria ser a vergonha de quem tem poder para intervir e irresponsavelmente deixa andar.
Nesta altura a RTP é o contrário da mulher de César. É urgente que a RTP para além de parecer uma entidade séria, seja mesmo séria. É urgente definir regras. Definir condições. Definir objectivos. Definir um rumo. Na nossa opinião o actual Director de Programas não tem nível, nem educação, nem competência, nem ideias, nem estatuto, nem perfil para ser Director de Programas do Serviço Público de Televisão. É urgente que se responsabilize quem o
nomeou. É mais urgente ainda que se responsabilize quem o mantém no lugar.
Guilherme Leite - Autor e actor
Luís Aleluia - Autor e actor
Setembro de 2009
apreciação muito substantiva sobre a matéria...o meu aplauso...
ResponderEliminarEu acho que toda a gente já percebeu que o José Fragoso não sabe dirigir a RTP.
ResponderEliminarInterromper o Conta-me como foi sob pretexto que «vai de férias» para exibirem um programa mesmo «ranhoso» de miúdos a dançar.
Mas o anterior, o Nuno Santos, também foi igualmente mau. O (GRANDE) Raul Solnado tinha intenções de voltar à RTP em 2008, segundo o que eu sei, e estava à espera de uma resposta do Nuno Santos para esse projecto. Mas ele nunca lhe chegou a responder, e o Solnado ficou zangado com ele.